nome:
Idalina Cacito
ano nascimento:
1938
freguesia: St. Clara de Louredo
concelho:
Beja                                           
distrito:
Beja
data de recolha: Abril 2010
 
 

Inventário PCI

A solteirona

Beja

“A solteirona”- Anedota em que uma mulher solteira pede a intercepção divina para casar depressa e um sacristão causa uma situação cómica.

 

Idalina Cocito; St. Clara de Louredo; Ano de nascimento: 1938; Concelho de Beja.

Registo 2010.

Conto Jocoso: Ciclo “Histórias sobre Mulheres”, Tipo 1511, O Aviso dos Sinos (Advice of Bells)

 

 

Classificação: Isabel Cardigos (CEAO/Universidade do Algarve) em Setembro de 2011

 

Fonte da classificação: Isabel Cardigos, Paulo Correia, J. J. Dias Marques, Catalogue of Portuguese Folktales, “F.F. Communications nº 291 “ Academia Scientiarum Fennica, Helsínquia, 2006.Elaborado a partir dos catálogos internacionais, nomeadamente o “Aarne-Thompson” (The Types of the Folktales, “F.F.C. nº 184, Helsínquia1961) e a recente reformulação de Hans-Jörg Uther, The Types of International Folktales: A Classification and Bibliography, “F.F.C. 284-286”, Helsínquia 2004.

Transcrição

A solteirona(1)

 

(…) Era uma mulher que era ali de Vale de Açougue, que vieram prà’qui(2). (...) E ó’pois(3) era solteirona... Era solteirona e a’pois(4) (…) não casava!

Mas ela assim: - Olha, eu vou à missa!

 

(…) E havia sacristão(5)! - Agora na’(6) há sacristão! (…) O padre começou:

- Senhor do Rosandáiro(?)...

 

- Casai-me cedo. - Dizia ela.

E ó’ depois o sacristão disse assim:

- Não casas, não! - O sacristão.

E ela assim: - Caluda! A mãe ‘tá(7) calada e o badameco(8) do moço é que ‘tá conversando! - Que era o que a santinha tinha ao colo! O moço! Que a santinha tinha ao colo... Um boneco que a santinha tinha ao colo.

 

- Caluda!(9) A mãe ‘tá calada e o moço...O badameco do moço é que ‘tá conversando! - Pensava qu’o(10) boneco da santa é que… (…) falava!

 

Idalina Cacito, Beja, Abril de 2010

 

Glossário:

(1) Solteirona – mulher de meia-idade que é solteira, que não casou (aumentativo feminino de solteira).

(2) Prà’qui – para aqui.

(3) Ó’ pois “depois” (modo informal e coloquial, reprodução da pronúncia).

(4) A’pois - “depois” (modo informal e coloquial, reprodução da pronúncia).

(5) Sacristão –  «Homem que tem a seu cargo a sacristia, o arranjo de uma igreja, servir de ajudante à missa, etc.»

(6) Na’ -não (pronuncia popular, uso coloquial).

(7) ‘Tá – “está”- pronúncia popular do verbo “estar”, abreviatura oral, de uso informal e coloquial.

(8) Badameco – rapaz atrevido; criança malcriada.

(9) Caluda! – Silêncio!

(10) Qu’o – que o.

Referências bibliográficas e recursos online utilizados no glossário:

http://www.ciberduvidas.com; http://www.priberam.pt; http://www.infopedia.pt;http://aulete.uol.com.br.

Pombinho Júnior, J. A. (1938). Vocabulário alentejano (subsídios para o léxico português). Revista Lusitana. Volume XXXVI. Lisboa: Livraria Clássica Editora. pp. 210-211.

 

 

 

 

 

Caraterização

Identificação

Tradições e expressões orais
Manifestações literárias, orais e escritas
A solteirona
1938
Idalina Cocito

Contexto de produção

Contexto territorial

St. Clara de Louredo
St. Clara de Louredo
Beja
Beja
Portugal

Contexto temporal

2010
Actualmente sem periodicidade certa. Encontros informais e iniciativas do Município de Beja.

Património associado

Transmitidas aos serões, em quotidianos de trabalho e lazer.

Contexto de transmissão

Estado da transmissão
ativa
Descrição da transmissão
Agentes de tramissão

Contadores de histórias que participam em iniciativas do Município de Beja. São convidados na iniciativa Palavras Andarilhas. Vão a escolas, lares e bibliotecas.

Idioma
Português

Equipa

Transcrição
Maria de Lurdes Sousa
Registo vídeo / audio
José Barbieri
Entrevista
Lénia Santos
Inventário PCI - Memoria Imaterial CRL